< Tradução dos Deuses Santos das Escrituras Sagradas
6 Ele partiu dali e entrou na sua própria cidade, e seus
discípulos o seguiram. 2 Quando chegou o sábado, ele começou a ensinar na sinagoga, e a
maioria dos que o ouviram ficaram maravilhados e disseram: “Onde este homem
obteve essas coisas? Por que foi dada essa sabedoria a ele, e por que
essas obras poderosas são realizadas pelas suas mãos? 3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de
Tiago, José, Judas e Simão? E não estão as suas irmãs aqui conosco?”
Assim, começaram a tropeçar por causa dele. 4 Mas Jesus lhes disse: “Um profeta não fica sem honra a não ser
na sua própria terra, entre os seus parentes e na sua própria casa.” 5 E não pôde fazer nenhuma obra poderosa ali, a não ser pôr as
mãos sobre alguns doentes e curá-los. 6 Realmente, admirou-se com a sua falta de fé. E percorreu todas
as aldeias nas redondezas, ensinando.
7 Ele convocou então os Doze e começou a enviá-los de dois em
dois, e lhes deu autoridade sobre os espíritos impuros. 8 Também lhes deu ordens para não levarem nada para a viagem, a
não ser um bastão — nem pão, nem bolsa de provisões, nem dinheiro no cinto —, 9 mas ordenou que eles calçassem sandálias e que não levassem
roupa extra. 10 Além disso, ele lhes disse: “Em qualquer casa em que entrarem,
fiquem ali até saírem daquele lugar. 11 E qualquer lugar que não os receber nem os ouvir, ao saírem dali
sacudam a poeira que está nos seus pés, em testemunho para eles.” 12 Assim, partiram e pregaram que as pessoas deveriam se
arrepender; 13 eles expulsavam muitos demônios, passavam azeite em muitos
doentes e os curavam.
14 E o rei Herodes ouviu falar disso, pois o nome de Jesus
havia se tornado bem conhecido, e as pessoas diziam: “João, o Batizador, foi
levantado dentre os mortos, e é por isso que ele realiza obras poderosas.” 15 Mas outros diziam: “É Elias.” Ainda outros diziam: “É um profeta
semelhante a um dos profetas antigos.” 16 Mas, ao ouvir isso, Herodes disse: “João, aquele que eu
decapitei, foi levantado.” 17 De fato, o próprio Herodes anteriormente havia mandado prender
João e o havia amarrado na prisão por causa de Herodias, esposa de Filipe, seu
irmão, porque tinha se casado com ela. 18 Pois João dizia a Herodes: “Não é permitido que o senhor tenha a
esposa do seu irmão.” 19 Por isso, Herodias nutria ressentimento contra ele e queria
matá-lo, mas não podia. 20 Pois Herodes tinha temor de João, sabendo que era homem justo e
santo, e o protegia. Sempre que o ouvia, ficava perplexo, sem saber o que
fazer; contudo, ouvia-o com prazer.
21 Mas chegou um dia conveniente, quando Herodes, no seu
aniversário, ofereceu um banquete aos altos funcionários, aos comandantes
militares e aos homens mais importantes da Galileia. 22 E a filha de Herodias entrou e dançou, e ela agradou a Herodes e
aos que comiam com ele. O rei disse à moça: “Peça-me o que quiser, e eu darei a
você.” 23 Sim, ele lhe jurou: “O que for que você me pedir, até a metade
do meu reino, eu darei a você.” 24 Então ela saiu e perguntou à sua mãe: “O que devo pedir?” Ela
respondeu: “A cabeça de João, o Batizador.” 25 Imediatamente, ela correu até o rei e fez o seu pedido, dizendo:
“Quero que o senhor me dê sem demora, numa bandeja, a cabeça de João
Batista.” 26 Embora isso o entristecesse profundamente, o rei não quis
desconsiderar o pedido dela, por causa dos juramentos que tinha feito e por
causa dos seus convidados. 27 Assim, o rei enviou imediatamente um soldado da sua guarda com
ordens para que trouxesse a cabeça de João. Então ele foi, decapitou-o na
prisão 28 e trouxe a cabeça numa bandeja. Ele a deu à moça, e a moça a deu
à sua mãe. 29 Quando os discípulos dele ouviram isso, foram pegar o seu corpo
e o colocaram num túmulo.
30 Os apóstolos se reuniram em volta de Jesus e lhe contaram tudo o
que tinham feito e ensinado. 31 E ele lhes disse: “Venham comigo, vamos sozinhos a um lugar
isolado para descansar um pouco.” Pois havia muitos que iam e vinham, e
eles não tinham folga nem para tomar uma refeição. 32 Por isso partiram no barco para um lugar isolado, para ficarem
sozinhos. 33 Mas as pessoas os viram partir, e muitos ficaram sabendo disso.
E afluíram para lá a pé, de todas as cidades, e chegaram primeiro que
eles. 34 Pois bem, ao desembarcar, ele viu uma grande multidão e teve
pena deles, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a lhes
ensinar muitas coisas.
35 Já era tarde, e seus discípulos se aproximaram dele e disseram:
“Este lugar é isolado e já é tarde. 36 Dispense-os, para que possam ir à zona rural e às aldeias ao
redor comprar algo para comer.” 37 Ele lhes respondeu: “Deem-lhes vocês algo para comer.”
Perguntaram-lhe então: “Devemos ir comprar pães no valor de 200 denários, e
dá-los às pessoas para comer?” 38 Ele lhes disse: “Quantos pães vocês têm? Vão ver!” Depois de
verificarem, disseram: “Cinco, além de dois peixes.” 39 E ele mandou que todos se sentassem em grupos na grama verde. 40 Assim eles se sentaram em grupos de cem e de cinquenta. 41 Pegando então os cinco pães e os dois peixes, ele olhou para o
céu e proferiu uma bênção. Depois partiu os pães e começou a dá-los aos
discípulos, para que os servissem às pessoas, e repartiu os dois peixes entre
todos. 42 Assim, todos comeram e ficaram satisfeitos; 43 e recolheram 12 cestos cheios de pedaços de pão, além das sobras
de peixes. 44 Os que comeram os pães foram 5.000 homens.
45 Então, sem demora, ele mandou os discípulos entrar no barco e
partir na frente, para a margem oposta, em direção a Betsaida, enquanto ele
mesmo dispensava a multidão. 46 Mas, depois de se despedir deles, foi a um monte para
orar. 47 Quando anoiteceu, o barco estava no meio do mar, mas ele estava
sozinho em terra. 48 Então, ao ver que tinham grandes dificuldades para remar por
causa do vento contrário, ele se dirigiu a eles por volta da quarta vigília da
noite, andando sobre o mar, mas parecia que ele ia passar direto por
eles. 49 Quando o viram andando sobre o mar, pensaram: “É uma aparição!” e gritaram, 50 pois todos eles o viram e ficaram assustados. Mas ele lhes disse
imediatamente: “Coragem! Sou eu; não tenham medo.” 51 Então subiu no barco com eles, e o vento parou. Em vista
disso, ficaram muito espantados, 52 porque não tinham compreendido o significado dos pães; o coração
deles continuava fechado ao entendimento.
53 Quando terminaram a travessia, chegaram a Genesaré e ancoraram o barco ali. 54 Mas, assim que saíram do barco, as pessoas o reconheceram. 55 Elas percorreram toda aquela região e começaram a levar os doentes em macas, para onde ouviam falar que ele estava. 56 E onde quer que ele entrasse — em aldeias, em cidades ou na zona rural —, colocavam os doentes nas praças e lhe imploravam que pudessem tocar pelo menos na borda da sua roupa. E todos os que tocavam nela ficavam bons.
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